sábado, 24 de abril de 2010

UFSC realiza Mostra Grandes Diretores

Inicia nesta terça-feira, 27/04, no Teatro da UFSC, a mostra cinematográfica "Grandes Diretores - Manoel de Oliveira", premiado diretor português, homenageado no Festival de Cinema de Cannes, em 2008.


A mostra na universidade é uma atividade de caráter didático-cultural, realizada pelo Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC, e será realizada de 27 de abril a 30 de novembro deste ano, em todas as terças-feiras às 12h, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados. A mostra tem entrada gratuita e é aberta à comunidade.

Ao todo, serão apresentados três curtas-metragens e vinte e um longas-metragens, exibidos em DVD, utilizando projetor de alta resolução e uma tela apropriada para projeção, equipamentos especialmente instalados para esse fim no teatro da universidade. Os filmes dessa mostra fazem parte da coleção, contendo os DVDs e um livro, editada pela Lusomundo Audiovisuais.

As obras que abrem a mostra são os curtas “Rencontre Unique” (2007); Manoel de Oliveira, “O Caso Dele” (2008) e “Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira” (2008). Na página do DAC (www.dac.ufsc.br) serão publicados os nomes de todos os filmes da mostra. (Já disponíveis aqui neste blog, no link Programação da Mostra.)

Para algumas sessões, já estão agendados os palestrantes/debatedores como Maria do Rosário Lupi Bello, professora de Estudos Literários e Cinema, na UAb; Maria Cecília de Miranda N. Coelho, professora da FALE/UFMG; Cristiane Pimentel Neder, com mestrado e doutorado pela USP, professora de Pós Graduação em Cultura e Produção Audiovisual do Senac-SC e Celia Regina Cavalheiro, professora de Filosofia do Senac e pesquisadora em Cinema. Da UFSC, participam a cineasta Lena Bastos, o professor de Literatura e de Cinema, Jair Tadeu da Fonseca, e o professor de História Valmir Francisco Muraro.

Outros profissionais ou estudiosos do cinema poderão ser incluídos como debatedores na mostra. Interessados devem entrar em contato com o DAC (dac@dac.ufsc.br) para mais informações e agendamento.
Veja, na revista eletrônica Trópico (http://pphp.uol.com.br/tropico), a entrevista que a professora Celia Regina Cavalheiro fez com o cineasta Manoel de Oliveira, na cidade do Porto, em outubro passado.

A mostra no Teatro da UFSC é organizada por Zeca Nunes Pires e Camila Casseano Damazio, numa realização do Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSC. Todos os filmes serão exibidos em DVD.

Sobre
os curtas

Rencontre Unique
(2007), de Manoel de Oliveira
Em jeito de cinema mudo, a preto e branco e com intertítulos, uma pequena anedota comparando poderes e rotundidades entre Khroutchev e João XXIII. Sorrisos breves.
Produzido pelo Festival de Cannes para comemorar seu 60° Aniversário. Duração: 3 min

Manoel de Oliveira, O Caso Dele (2008), de Sérgio Andrade
O documentário, sobre a vida e obra do autor, com narração de Leonor Silveira, faz um retrato cronológico da vida e obra do realizador a partir do seu próprio testemunho. E regista as memórias dos protagonistas de alguns dos seus filmes nos lugares onde eles foram rodados, como Douro, Faina Fluvial e Aniki-Bobó, nas margens do rio Douro, ou Acto da Primavera, na aldeia da Curalha, em Chaves. Manoel de Oliveira, o Caso Dele aborda ainda as relações do cineasta com os seus atores e com os escritores a quem deu expressão cinematográfica, como Camilo Castelo Branco, José Régio ou Agustina. Duração: 56 min

Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira (2008), de Gilles Jacob
Exibido em Cannes como homenagem ao centenário do diretor, com um depoimento do cineasta em seu apartamento no Porto. Duração: 9 min

Sobre Manoel de Oliveira, por João Lopes*
Nascido em 10 de dezembro de 1908, Manoel de Oliveira é um caso único da história do cinema português e mundial. Pela longevidade, como é óbvio. Feitas as contas, decorreram 77 anos desde que apresentou o seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial, um caso admirável de afirmação criativa e atenção às convulsões criativas do seu tempo.

Mas a singularidade de Oliveira é também indissociável da dimensão obsessiva de seu trabalho. Este é um autor que pressentiu as contaminações entre documentário e ficção, antecipou o fascínio de muito cinema moderno pela escrita teatral, enfim, discutiu (e discute) as relações ambíguas do visível e do invisível, dos corpos e das almas.

Sendo tudo isso, Oliveira nunca deixou de ser um cineasta de contundente subjetividade, com o seu labor, paciente e obstinado, a refletir uma via eminentemente pessoal de descoberta autobiográfica. Veja-se o emblemático Porto da minha infância (2001) e observe-se o cruzamento mágico da memória documental, da sedução teatral, da história familiar e, por fim, do fascínio primordial do cinematógrafo.

No ponto de fuga temático e simbólico de tudo isso, deparamos com uma entidade aglutinadora, também ela obsessiva. Ou seja: Portugal. De Non ou a Vã Glória de Mandar a Cristóvão Colombo – O Enigma, passando por essa prodigiosa tragédia histórica que é O Quinto Império – Ontem como Hoje, Oliveira filma o cíclico retorno de uma interrogação dolorida e ansiosa: afinal, de que falamos quando falamos de português?

Percorrer os seus filmes, inventariando fatos, temas, imagens e significações, é também redescobrir um pouco da história coletiva que, entre certezas e dúvidas, nos fez passar das convulsões do século XXI. Oliveira é, por tudo isso, um criador que ajuda a repensar o lugar português. Como num espelho.

(*) Do livro Manoel de Oliveira 100 anos, parte integrante da edição DVD comemorativa do centenário de Manoel de Oliveira.




SERVIÇO
O QUÊ : Mostra de cinema Grandes Diretores - Manoel de Oliveira (os filmes serão apresentados em DVD)
QUANDO : De 27 de abril a 30 de novembro de 2010, em todas as terças-feiras às 12 horas, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados.
ONDE : Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC
QUANTO : Gratuito e aberto à comunidade
CONTATO : Departamento Artístico Cultural - DAC (48) 3721-9348 ou www.dac.ufsc.br e dac@dac.ufsc.br

Foto do banner do blog: Capa do livro “Manoel de Oliveira – 100 anos”, editado pela Lusomundo Audiovisuais.

Fonte: [CW] DAC: SECARTE: UFSC, com material da coleção de DVDs e dos organizadores da mostra.

Visite o site do Departamento Artístico Cultural da UFSC - www.dac.ufsc.br

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